Pôr do Sol na varanda - 8/9/2017
O Verão caminha rapidamente para o fim. São cinco/seis horas da tarde. O Sol de Setembro, ainda quente, acalenta a conversa serena entre mim e a minha mãe que, sentadas vamos olhando o mar. Vou rodando para a sombra à medida que o Sol vai descendo. Protejo, o meu seio (mama) em tratamento, com a camisola e a echarpe vermelha.
Eis que o telemóvel toca. É uma amiga que, quer saber de mim, como o tem feito ao longo de todo o percurso que tem sido o tratamento da minha doença.
No meio da conversa levanta duas questões. A primeira, quanto aos efeitos colaterais da Radioterapia no caso do carcinoma da mama. Ao que respondo com o que me foi explicado na consulta de acompanhamento pela enfermeira C.:
__ Possibilidade de aumento do volume da mama; vermelhidão e comichão na zona tratada ( mama e axila); escurecimento do mamilo; cansaço... sendo estes os efeitos colaterais mais prováveis.
Também quis saber quais os cuidados que eu tinha que ter. Como não apanhar Sol na mama, directa ou indirectamente, apesar de poder ir para uma esplanada ou para o ar livre, mas evitar a exposição da mama na praia ou na piscina ao calor do Sol. Para isso, utilizar, por exemplo, um lenço que proteja melhor o peito e tê-lo protegido por uma peça de roupa até ao cimo da clavícula.
Evitar cozinhar junto a uma fonte de calor, tendo também o cuidado, por exemplo de, ao levantar a tampa de uma panela, o fazer de modo a que o vapor não venha em direcção ao peito.
Evitar passar a ferro, não impedindo que o façamos se for uma peça de roupa ou outra.
Enfim, evitar situações de calor ou frio excessivo.
No caso de ter comichão na pele não coçar e não aplicar nada a não ser gelo embrulhado num paninho, por exemplo.
Assim como no banho (duche) não utilizar nenhum produto de higiene. Utilizar unicamente a água fria ou morna; nem pôr cremes hidratantes ou qualquer outro produto na pele afectada pelo tratamento. Assim como também não utilizar desodorizante na axila tratada.
Não usar sotiãs apertados, podendo substituí-los por uma peça de algodão mais justa.
No geral, foram estas as recomendações que retive.
Ao terminar o telefonema, a minha amiga, manifestou a sua satisfação com a forma positiva e descontraída com que eu enfrentava a situação.
De facto, o estar-se a aproximar do fim de todo este processo de erradicação da minha doença e ser informada passo a passo daquilo que é natural que possa acontecer, torna possível enfrentar a situação de modo esperançado e resignado com os efeitos que os tratamentos provocam.
Jardim do Centro Champalimaud 8/9/2017
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