Normalmente, na mulher, o cabelo emoldura o rosto, suaviza os traços e é uma marca da sua feminilidade. Há mulheres bonitas que resistem até mesmo à falta de cabelo, mantendo-se bonitas e interessantes. Não será o caso da grande maioria de nós...
Estranha
sensação a minha... Já contava que viesse a acontecer, mas não tão cedo... É
verdade, fez dia 11 de Maio duas semanas passadas após a 1ª sessão de
quimioterapia e, dia 12, começaram a cair alguns cabelos quando passava a mão
ou a escova. Dia 13 caíam às mãos cheias. Era inevitável. Nem a utilização do
"ice cap" ajudou. Agora, resta a coragem de enfrentar e cortar o
cabelo bem rente, se não rapá-lo. Sim, é inevitável... Mas os medos
são muitos, apesar de todo o apoio que me tem sido manifestado. É uma mistura
de sentimentos difícil de definir...
Está
escrito: "Depois das náuseas e vómitos, a queda de cabelo é um dos
principais efeitos colaterais da quimioterapia. Isso ocorre porque ela atua
tanto nas células cancerígenas quanto nas saudáveis, e atinge principalmente as
células que se multiplicam com maior rapidez, como os folículos pilosos,
responsáveis pela produção dos cabelos. A quimioterapia é um tratamento
sistémico, pois o remédio é injectado na veia e libertado na corrente
sanguínea, ou seja, ele percorre o corpo todo, ocasionando a queda de cabelos e
pêlos."
"A
queda dos cabelos não é imediata e começa a acontecer nos 14 a 21 dias
depois da primeira sessão de quimioterapia. Eles voltam a nascer cerca de 90
dias após o fim do tratamento, em alguns casos, um pouco mais crespos..."
Pois
é... para além do tempo dos tratamentos há que acrescentar aproximadamente mais
três meses para que o cabelo cresça. Particularmente, hoje, parece-me muito
tempo!... Mais uma vez fui surpreendida. Neste momento, se passar uma das
mãos pelo cabelo vem uma mecha de cabelos. O cabelo começou a cair de uma forma
assustadora. Iniciou-se uma nova etapa de todo este processo, e procuro coragem
para enfrentar tantos meses sem cabelo. Está-me a acontecer. Mas ainda não parece
real, apesar de toda a preparação prévia. Talvez seja este o efeito mais
castigador da quimioterapia, embora não doa, nem se sinta por dentro e apesar
de também ele ser temporário... "O que importa realmente é ficar bem. O
cabelo é o menos"... Sem dúvida de que é. Mas, (oh, cabelo...), terei
que procurar emoldurar o rosto de outra forma, com uma cabeleira ou um
turbante, se não o conseguir encarar sozinho. Mais breve do que previa o
saberei...
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